Tese
Tese de Doutorado
O presente trabalho discorre sobre o estudo do ambiente físico de Unidades clínicas de Hospital-Dia, as quais têm sido implantadas em número crescente no país. Embora esse setor contribua para a humanização da saúde por reduzir a necessidade de internação hospitalar, pouco se sabe sobre como deveria ser o seu projeto arquitetônico de forma a oportunizar atividades que pudessem constituir-se em distrações positivas para os pacientes. Têm-se, como hipótese de pesquisa, que, durante sua estadia nessas Unidades, os pacientes encontram-se conscientes, e acordados a maior parte do tempo, permanecem várias horas e repetidas vezes em tratamentos prolongados, que podem durar semanas, meses ou anos, razão pela qual o ambiente deveria ser polivalente, permitindo a ocorrência de modos diversos de uso além da terapêutica. Objetiva-se, através desta tese, o aprofundamento no estudo de Unidades clínicas de Hospital-Dia, focando-se em aspectos relacionados à sua apropriação e centrando-se no ponto de vista de pacientes, acompanhantes e funcionários. Pretende-se, como resultados do trabalho desta pesquisa, a definição dos atributos ambientais desejáveis para a Unidade como meio de favorecer sua vivência pelos usuários e o apontamento de recomendações projetuais que auxiliem na elaboração de propostas futuras. Para tanto, o trabalho fundamenta-se em análise crítica de literatura nas áreas de Arquitetura Hospitalar, Avaliação Pós-Ocupação e Percepção Ambiental, e no desenvolvimento de estudos de caso de duas Unidades, sendo uma direcionada ao atendimento de pacientes HIV positivo e outra de pacientes em quimioterapia. Os métodos adotados no trabalho incluem: revisão bibliográfica, visitas exploratórias a 31 Unidades de Hospital-Dia no Brasil e 18 Centros de Infusão nos Estados Unidos, análise walkthrough, mapeamento visual, poema dos desejos observação direta e sistemática do comportamento, questionários e seleção visual. O estudo das necessidades, atividades e perfil de usuários de Hospitais-Dia clínicos confirmou que os pacientes costumam ficar ociosos nesses locais, limitando-se fundamentalmente à realização do tratamento médico, a despeito de seu prolongado tempo de permanência e de seu estado fisiológico. A humanização desses locais, no sentido de sua vivência, é uma possibilidade ainda a ser explorada no país, de modo a favorecer uma postura mais ativa dos pacientes, causar o menor impacto possível sobre suas rotinas, contribuir para a recuperação de sua saúde e para o seu bem-estar.
http://objdig.ufrj.br/21/teses/773407.pdf
Data de defesa: 25/03/2011ResearchLine
- Culture, Landscape and Built Environment
Course
- Doctor of Architecture PROARQ
Person
- Fábio Oliveira Bitencourt Filho
- Giselle Arteiro Nielsen Azevedo [contributor]
- José Gustavo Francis Abdalla
- Patrícia Biasi Cavalcanti [author]
- Paulo Afonso Rheingantz
- Vera Helena Moro Bins Ely