Tese de Doutorado
As ruínas são indissociáveis do seu entorno, configurando-se como paisagens. A natureza comumente se apropria das ruínas, criando uma simbiose que agrega valores estéticos aos valores históricos dos monumentos. Quando localizadas em um sítio natural, as ruínas também agregam valores estéticos ao meio ambiente. Desde o Romantismo, há um interesse nessa relação ruína e natureza. No campo da preservação, verificamos uma prática habitual de remoção da vegetação, encarada como danosa ao monumento. Mas existem casos em que a consolidação de ruínas pode englobar parte da vegetação ruderal, mantidas espécies vegetais que não apresentam riscos de danos estruturais ou de decomposição material, ou que já se encontram em profunda relação com as ruínas, dela fazendo parte. E, ainda, a vegetação pode se tornar ferramenta de preservação, quando se reflete sobre sua possível função protetiva, além da criação de uma imagem pitoresca, como ocorre nas chamadas “ruínas verdejantes”. As raízes dessa abordagem se encontram na Itália, sendo atualmente praticadas na Inglaterra. No Brasil, as intervenções correspondem às particularidades de cada sítio, mas é possível identificar nos debates e em ações pontuais um interesse por paisagens de ruínas verdejantes. No caso da paisagem de ruínas da Prainha Branca, em Guarujá, SP, sua condição de simbiose chama atenção pela relação com a vegetação que não se encontra equilibrada, mas apresenta potencial. Sua preservação, portanto, deve englobar os elementos naturais e a comunidade local por meio de um projeto de arquitetura da paisagem, sensível, que busque manter a experiência das ruínas envolvidas pela natureza.
Data de defesa: 12/12/2024Person
- Andrea Queiroz da Silva Fonseca Rego
- Angela Rosch Rodrigues
- Cláudia Carvalho Leme Nóbrega
- Fabiola do Valle Zonno [contributor]
- Gustavo Rocha-Peixoto
- Laís Hanson Alberto Lima [author]
- Nivaldo Vieira
Course
- Doctor of Architecture PROARQ
ResearchLine
- Theory and Teaching of Architecture