Tese de Doutorado
Tese de Doutorado
No âmbito urbano, a partir da relação entre cor, arquitetura e imagem, esta tese reflete sobre a cor das fachadas do patrimônio edificado como elemento definidor no estabelecimento de paradigmas na disciplina arquitetônica, investigando a cor das superfícies frente a normativas de preservação e aos princípios teóricos da restauração, na linha crítico conservativa contemporânea. Busca-se demonstrar como estes princípios teóricos são materializados nas normativas brasileiras de cidades históricas tombadas em esfera federal pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O termo imagem é trabalhado no sentido evidenciado por Juhani Pallasmaa (2013), vinculando a imagem com as emoções humanas, onde imagem e imaginação constituem o mecanismo para percepção, pensamento, linguagem e memória do homem. Por outro lado, no campo arquitetônico, ―imagem‖ tem sido frequentemente utilizada para se referir à produção de uma ―arquitetura da imagem‖, que seduz e insere a representação de algo no lugar. Nesse sentido, se questiona se as cores das fachadas do patrimônio edificado brasileiro refletem princípios teóricos da restauração ou atuam como elemento de manutenção de uma arquitetura da imagem. Para analisar essa relação, investigam-se três núcleos urbanos tombados no Brasil, estudando as cores da arquitetura como problema teórico, relacionado à crítica no campo disciplinar do restauro. Na contemporaneidade, analisar os revestimentos e as cores da arquitetura em áreas urbanas históricas implica compreender que a escolha cromática não está mais vinculada com a oferta de pigmentos da geografia local, existindo, novos paradigmas que influenciam a decisão e consequentemente a imagem do patrimônio urbano. Nesse cenário, a tese identifica a presença de três paradigmas da cor em superfícies arquitetônicas. Os resultados demonstram que apesar do discurso teórico consolidado que preconiza a análise caso a caso, na prática as normativas e as consequentes decisões projetuais cromáticas não refletem as tendências atuais da teoria da restauração e revelam que a questão da cor no patrimônio não foi superada e deve ser discutida em toda sua complexidade histórica, teórica e fenomenológica.
Data de defesa: 06/11/2023Pessoa
- José Simões de Belmont Pessoa
- Ethel Pinheiro Santana
- Gustavo Rocha-Peixoto
- José Manuel Aguiar Portela da Costa
- Luciana da Silva Florenzano [Autor(a)]
- NATALIA MIRANDA VIEIRA DE ARAUJO
- Rosina Trevisan M. Ribeiro [Orientador(a)]
Curso
- Doutorado PROARQ
Linha de Pesquisa
- Restauração e Gestão do Patrimônio