Teses e Dissertações

Dos mestres sem escola à escola sem mestres: ensino de arquitetura no Rio de Janeiro (1816-1965)

Tese de Doutorado

Tese de Doutorado

DOS MESTRES SEM ESCOLA A ESCOLA SEM MESTRES teve por objeto a análise, em uma perspectiva histórica, das principais instituições responsáveis pelo ensino e pela formação profissional em arquitetura no Rio de Janeiro, no período de 1826 a 1965: Academia Imperial de Belas Artes (1826-1889), Escola Nacional de Belas Artes (1890-1945) e Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (1945-1965). A estrutura de ensino dessas instituições, a despeito da progressiva complexificação e especialização verificada nos currículos, ao longo do período referido, estiveram sempre ancoradas em um sistema que manteve o ateliê como a espinha dorsal da formação em arquitetura. Essa estrutura, no que diz respeito à correlação entre os processos pedagógicos elaborados nessas instituições, foi analisada utilizando as categorias de mestre, escola e arquitetura de referência. A cisão deflagrada a partir meteórica passagem do arquiteto Lucio Costa pela diretoria da ENBA, em 1930-1931, foi apresentada como episódio responsável pela ruptura do sistema que caracterizava as instituições de ensino em análise, ou seja: a relação de proximidade entre “quem ensina na escola” e “quem produz arquitetura de referência”. Considerou-se este fato marco de origem do esvaziamento da ENBA como instituição responsável pela definição dos rumos da arquitetura no Rio de Janeiro, em sentido inverso ao processo de afirmação da arquitetura moderna brasileira, estabelecida pela Escola Carioca e que foi transformada em arquitetura de referência. Assumindo que uma instituição oficial de ensino deve constituir-se em locus primário do debate e consequente validação, legitimação ou rejeição de ideias, influências, preferências; enfim, de referências norteadoras “do como responder ao problema arquitetura”, concluiu-se que, no limite, aquele episódio deflagrou o que veio a se delinear como um perfil de ensino pouco crítico no Curso de Arquitetura da ENBA, na FNA-UB e, mesmo na FAU-UFRJ. Concluiu-se ainda que não é o fato de uma referência “estar fora” de uma escola oficial que torna o ensino acrítico; o ponto fulcral está relacionado à determinada referência ser aceita como hegemônica, porém assumida de maneira acrítica.

Palavras-chave: estudo e ensino de arquitetura; arquitetura como profissão; Academia Imperial de Belas Artes; Escola Nacional de Belas Artes; Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil.

http://objdig.ufrj.br/21/teses/728846.pdf

Data de defesa: 12/02/2009

Pessoa

  • Cláudia Carvalho Leme Nóbrega
  • Guilherme Carlos Lassance [Orientador(a)]
  • Gustavo Rocha-Peixoto
  • Hugo Segawa
  • Marcos Osmar Fávero [Autor(a)]
  • Pablo Benetti

Curso

  • Doutorado PROARQ

Linha de Pesquisa

  • Teoria e Ensino de Arquitetura