Tese
Tese de Doutorado
Esta tese tem como tema a arquitetura hospitalar e sua relação com os princípios e posturas da humanização dos serviços de atenção à saúde, focalizando o edifício hospitalar como objeto de análise central. A partir de uma análise histórica, destaca a mudança da medicina hospitalar, ocorrida a partir de meados do século XX, quando o objetivo de curar, característico do hospital terapêutico, é ampliado pelo de cuidar, próprio do hospital moderno. Com base nessa constatação, defende a hipótese de que a humanização é um caminho para que a arquitetura recupere o seu papel no sentido de exercer o mesmo estatuto de um gesto médico. Demonstra ainda que, para que essa mudança ocorra, a medicina e a arquitetura hospitalar deverão se unir em torno de um novo paradigma, voltado para a promoção da saúde e para o conforto físico e psicológico do paciente, elevado à condição de sujeito do processo terapêutico. A pesquisa histórica privilegiou dois períodos distintos da evolução do edifício hospitalar: o primeiro deteve-se nos séculos XVIII e início do XIX e o segundo focalizou o século passado, com ênfase na contribuição dos arquitetos modernistas brasileiros para a humanização do edifício hospitalar. A metodologia de pesquisa adotada foi centrada em extenso levantamento bibliográfico, no resultado de um conjunto de entrevistas e conversas informais com arquitetos e profissionais ligados à área da saúde e na avaliação particularizada do pensamento e obra dos arquitetos João Filgueiras Lima e Irineu Breitman que, além de revelarem um amplo domínio de todas as etapas do processo projetual, sempre se colocaram na contramão do paradigma curativo, referido na hipótese principal. A tese também apresenta a discussão sobre o surgimento de diversos movimentos sociais e práticas alternativas assim como sobre a institucionalização de temas ligados à integralidade, ao acolhimento e ao cuidado, reforçando a demonstração das mudanças ocorridas no campo da medicina hospitalar e das políticas públicas ligadas ao setor. Ao final, demonstra a validação do papel da arquitetura hospitalar como parte integrante dos processos de humanização dos serviços de atenção à saúde, afirmando ainda que somente com essa mudança de visão, se abrirá para os arquitetos um novo espaço terapêutico de atuação, indispensável ao pleno desenvolvimento do edifício hospitalar na sua missão de curar e cuidar.
http://objdig.ufrj.br/21/teses/707407.pdf
Data de defesa: 18/04/2008Pessoa
- Antonio Pedro Carvalho [Orientador(a)]
- José Pessoa
- Luiz Carlos de Menezes Toledo [Autor(a)]
- Mauro César de Oliveira Santos
- Paulo Afonso Rheingantz
- Renato da Gama-Rosa Costa
- Vera Regina Tângari [Orientador(a)]
Curso
- Doutorado PROARQ
Linha de Pesquisa
- Teoria e Ensino de Arquitetura