Projetos de Pesquisa

A forma-jardim e a arquitetura de paisagens: práticas socioespaciais e hibridismos culturais

Neste projeto, a forma-jardim expressa ideias e desempenha papéis distintos na paisagem. Mescla, associa e hibridiza ambiente, cultura e arte. Materializa-se no espaço através de objetos e ações que se alinham através de usos, funções, símbolos de toda ordem revelando assim a ideia de lugar. A forma-jardim se distingue quando enquadra previamente a natureza, e nela desenha cenários de escalas específicas, distintas ambiências e diferentes estilos que, além de criar lugares, deixa marcas que penetram, uma a uma, nas diferentes camadas da história. O conteúdo material e imaterial manifesto na forma-jardim, resultado de negociações firmadas entre sociedade e natureza pela via da cultura, decorre da zona de contato criado pelas trocas socioculturais e espaço-temporais que, uma vez associadas, despontam como elementos essenciais à invenção de paisagens. Portanto, se o jardim é um exercício continuado do apropriar-se da natureza em seu estado bruto para moldá-la, é imprescindível que se tenha em mente que a originalidade per se do jardim, ou seja, a forma-jardim, enquanto espaço construído e lugar fundado, só é garantida a partir de um modus operandi que redimensiona o ambiente e nele traduz, através de diferentes ordens de intervenção, matizes múltiplas (e inesperadas), cuja aparência nada mais é que uma sobreposição de estratos de tempos e espaços na criação do lugar, que, aqui, ganha a dimensão de uma paisagem inventada. Logo, a cada camada acrescentada no ambiente, a cada lugar inventado, o homem tenta amplia o seu domínio sobre a natureza. Pautada na antevisão da potencial relação firmada entre cultura e natureza, a proposta desse projeto de pesquisa tem o objetivo analisar as dimensões de ordem transhistórica e percorrer trajetos transespaciais cujas resultantes deem conta de perceber os processos de invenção de paisagens, sendo estes processos referenciados pela aplicação de múltiplas formas-jardins, contingenciados ao modi operandi utilizando "associações, hibridizações, subtrações, composições" que, ao longo dos tempos, (re)desenham e arquitetura de paisagens múltiplas que servem ao homem como suporte e referência no cotidiano de vida na cidade contemporânea..

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