Intervalos do Apego: A relação afetiva entre o idoso e a moradia coletiva institucional no Brasil e em Portugal

Tese de Doutorado

Tese de Doutorado

O envelhecimento populacional verificado nas últimas décadas no Brasil e no mundo é caracterizado, dentre outros fatores, pelo aumento do número de idosos nas cidades e pela demanda crescente dessa parcela da população por moradia. Diante desse quadro, as moradias coletivas institucionais possuem extrema importância na elaboração de políticas públicas destinadas à pessoa idosa, na medida em que são equipamentos que, em parte considerável dos casos, estão voltados para o atendimento de idosos marginalizados e/ou de baixa renda ou impossibilitados de cuidado domiciliar. A presente pesquisa propõe, assim, a investigação dessas moradias a partir de um viés de análise de elementos que estabelecem relações afetivas e maior adesão do idoso com seu espaço de vivência, num contexto comparativo entre Brasil e Portugal, haja vista o possível contraponto entre dois países marcados por diversos tipos de relações: o processo de envelhecimento vigente, bem como a demanda por moradias coletivas institucionais destinadas à terceira idade, em ambos os contextos; o elo histórico e cultural que há entre os dois países; e a escassez de estudos comparados Brasil/Portugal, referentes ao tema tratado neste trabalho. Aqui se instala o objetivo geral deste estudo, que consiste em apreender os elementos identitários – objetos e/ou ambientes balizadores da apropriação – que atuam na constituição dos intervalos do apego, ou seja, das relações afetivas, existentes entre os idosos e as moradias coletivas institucionais públicas e/ou filantrópicas no Brasil e em Portugal, de modo a nortear soluções arquitetônicas. Para tanto, além da técnica da documentação indireta direcionada à revisão bibliográfica, foi elaborada uma proposta metodológica de análise dos intervalos do apego, pautada nas técnicas da observação, do grupo focal, da sonda cultural e do levantamento em áudio, fotografia e/ou vídeo. O trabalho abrangeu instituições públicas e/ou filantrópicas, selecionadas em meio a Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI’s) no Brasil, e Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI’s) em Portugal, possuindo como amostra idosos independentes e/ou semidependentes que não tenham suas funções cognitivas comprometidas. A partirdo tratamento e análise dos dados obtidos, foi possível apreender os elementos espaciais das moradias coletivas institucionais detentores de um caráter afetivo para os idosos residentes, de modo a reconhecer os intervalos do apego existentes. Ao término do estudo, além dos diagnósticos acerca da afetividade nas instituições pesquisadas, foi obtida a base necessária (1) ao estabelecimento de diretrizes para intervenções arquitetônicas nesses equipamentos urbanos, relacionadas também à acessibilidade; (2) à realização de estudos comparados (3) e à elaboração de trabalhos teóricos e práticos subsequentes relacionados aos temas arquitetura e terceira idade, afetividade e apropriação.

http://objdig.ufrj.br/21/teses/867632.pdf

Pessoa

• Cristiane Rose de Siqueira Duarte
• Emmanuel Sá Resende Pedroso [Autor(a)]
• Ethel Pinheiro Santana [Orientador(a)]
• Gleice Virgínia Azambuja Elali
• Maria Júlia de Oliveira Santos
• Maria Luísa Trindade Bestetti
• Maria Madalena Aguiar da Cunha Matos

Linha de Pesquisa

• Cultura, Paisagem e Ambiente Construído

Curso

• Doutorado PROARQ