Teses e Dissertações

Escritório Edison Musa, 1963 – 1983: Como Trabalhava um Grande Escritório de Projetos no Rio de Janeiro

Dissertação de Mestrado Acadêmico

Dissertação de Mestrado Acadêmico

No período pós-Brasília, como se organizavam e trabalhavam os arquitetos cariocas em seus lugares de projeto? A partir dos anos 1930, a arquitetura moderna brasileira teve no Rio de Janeiro terreno fértil para suas realizações, o que foi cada vez mais colocando em evidência a figura de um arquiteto, dito moderno, e de uma prática profissional específica. Trabalhando em ateliês e ocupando cargos no funcionalismo público, tal “gênio-criador”, louvado pela historiografia, não mantinha sobre o processo do projeto um domínio que lhe garantisse o controle de qualidade sobre a execução de sua obra, e fazia restrições ao exercício cotidiano de seu ofício. Existiram, porém, os escritórios-empresas, lugares do projeto que tiveram uma produção de vital importância para a arquitetura da cidade, ainda que até hoje não tenham sido amplamente estudados. Através deles, houve o exercício de uma prática em equipe vigorosa, onde a iniciativa privada e a realidade presente passaram a ocupar posição de primazia. Também foram lugares que realizaram com competência o caminho entre prancheta e canteiro, e onde investiu-se seriamente na relação produtiva entre arquitetos, engenheiros e a indústria da construção civil. Tomando Brasília como um marco para a constituição de um período de transição a se abrir para a arquitetura carioca nos imediatos anos 1960, a presente dissertação apresenta os meios pelos quais a arquitetura era produzida no Rio de Janeiro, tendo por estudo de caso o escritório Edison Musa, desde sua fundação em 1963 até o ano de 1983, quando, por sua estrutura física e pela área total construída de suas realizações, já havia alcançado a posição de um grande escritório de projetos. Servindo de referência, então, pela visibilidade de sua produção arquitetônica na cidade, a alguns jovens arquitetos, a hipótese proposta é que, em resposta às demandas da sociedade e do mercado de trabalho nos anos de recorte, o escritório Edison Musa, sem esta intenção, contribuiu na formação de um determinado arquiteto e na definição, para este, de uma pauta específica de atuação profissional, qualificando-o para o exercício do projeto em um momento de transição para a arquitetura, no qual o pragmatismo do capital havia se sobreposto às utopias sociais do Movimento Moderno.

Palavras-chave: Edison Musa (1934); arquitetura pós-Brasília; produção do projeto no Rio de Janeiro

http://objdig.ufrj.br/21/teses/729977.pdf

Data de defesa: 26/02/2009

Pessoa

  • Ana Luiza de Souza Nobre
  • Beatriz Santos de Oliveira [Orientador(a)]
  • Ceça Guimaraens
  • Marise Ferreira Machado [Autor(a)]

Curso

  • Mestrado Acadêmico PROARQ

Linha de Pesquisa

  • Teoria e Ensino de Arquitetura