Teses e Dissertações

Um Convite à ReciproCidade: Bordejando Ambiências e [Contra] Fluxos Urbanos-humanos

Tese de Doutorado

Tese de Doutorado

A cidade em seu cotidiano é quando e onde (tempo e espaço) acontece o bordejar. Bordejar entendido como ação de composição de bordas; bordas estas que, por sua vez, atuam como uma costura, tecendo e alinhavando movimentos, tensões, intenções, tempos, apropriações, revelações na/da cidade. Bordejar requer, dessa forma, compreender dinâmicas que são os enfoques do presente estudo. Visando primordialmente descortinar o (des-re) constituir das (micro)amcbiências citadinas, o aqui proposto permeia, portanto, a tentativa de explorar um paralelo entre microambiências urbanas e o comportamento de uma composição biológica celular. Assim, sustentamos que se tudo o que é vivo é composto por células, e as ambiências são tidas como um evento pulsante que ocorre em determinado existente – espacial e temporal; seria possível associarmos mecanismos da natureza biológica de uma célula aos de formação de (micro)ambiências. Entenderemos como microambiências as pequenas porções de agrupamentos/aglomerados “humanos-urbanos” - que bordejam de algum modo (seja partilhando ou compartilhando) acontecimentos/atividades num determinado espaço da cidade. Os espaços urbanos são, assim como as células, constituídos por invólucros [bordas – membranas], cujas características de permeabilidade favorecem (ou não) trocas e fluxos que foram denominamos de ‘urbanos – humanos’. Com isso, emergiu a hipótese de que estas porções podem ajudar a reforçar a borda de uma unidade de ambiência ‘matriz’; bem como, podem, por outro lado, descaracterizá-la e enfraquecê-la, não reforçando suas bordas, ressaltando, sobretudo, limites e fronteiras num determinado espaço (ou entre espaços). Como possível dobra para as bordas a serem exploradas no estudo, pensamos nessa caraterística porosa dos invólucros como determinante para propagação e impregnação (ou não) de impulsos e estímulos “afetivos” (enquanto potencialidade) – se respaldando na crença de que os sujeitos necessitam “afetar-se” bem como “afetar” as ambiências urbanas quando as experimentam, estabelecendo nos espaços urbanos uma prática recíproca, isto é, propiciando “recipro-cidades”. Por meio de um instrumental metodológico proposto, convidamos Seres Urbanos a participar de uma experiência corporal na/da cidade. Experimentos incitados pela pergunta: existe reciprocidade no bordejar? Consequentemente, esperou-se instalar um debate sobre bordas e bodejar, como instrumentos de possíveis revelações sobre as multiplicidades encarnadas na vida urbana, para entender os engendramentos de diferentes fluxos de vida, de afetações, de atividades, de cotidiano, de desejos, de agenciamentos, de “bordados”.

http://objdig.ufrj.br/21/teses/830016.pdf

Data de defesa: 26/03/2015

Pessoa

  • Cristiane Rose de Siqueira Duarte [Orientador(a)]
  • Elza Maria Rabelo Lira [Autor(a)]
  • Ethel Pinheiro Santana [Orientador(a)]
  • Fabiola do Valle Zonno
  • Luís Antônio dos Santos Baptista
  • Maria Emília de Gusmão Couto

Linha de Pesquisa

  • Cultura, Paisagem e Ambiente Construído

Curso

  • Doutorado PROARQ